01 setembro, 2013

amor é fruta em que se morde a polpa suga o sumo escorre pelos sulcos da pele o cheiro mais doce do instante perdido. amor é vermelho do sangue da fruta e o batom dos teus lábios já meio borrados pedindo aquela mordida mais descarada de tão desejada que é. você não dá o braço a torcer você não quer eu sei sou eu que te seguro de noite ana c.? o teu corpo seguro e firme jogado na poltrona pedindo alguém que te recolha do pior momento, os teus olhos queriam apenas fechar-se mas os meus não, ah os meus te procuravam como duas faíscas incendiárias depositando em ti todo o desejo de arder num quarto escuro e isolado do mundo, esses olhos que não percebias e que repetiam teu nome sem cessar até que neles fosse permitida unicamente a tua presença feita em torpor. você nada sabe enquanto ao redor de ti se constrói e encerra um círculo de obviedades desajeitadas e desejosas de novo do seu pequeno calor. vai embora sem se despedir, sem que seus cabelos sejam tocados uma última vez sem minha pele se amacie de seus dedos precisos e vacilantes. vai e leva contigo a última esperança do que prometem os teus olhos castanhos.

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