21 abril, 2009

Inutilidade Gritante

Procuro uma metáfora. Uma metáfora que me deixe feliz ao definir o estado em que me encontro. Mascaradamente. Não gosto de ser limpa. Penso que toda vez que houver possibilidade de encontros inesperados com antigos amantes, ficarei tonta e desmaiarei quase que imperceptivelmente. Oh! Quero vomitar. Não, quero gritar. Quero gritar e vomitar ao mesmo tempo. Tirar esse espírito que me possui o corpo. Hum... uma metáfora. Infelizmente não atingi ainda o bom gosto desejável à alusão pretendida e por isso devo continuar. Lastimável. Quero dizer claramente que desejo vomitar e que todas as células do meu corpo desejam vomitar. Mitocôndrias, núcleos, ribossomos, complexos de golgi. Ah, não me condene, por favor. Eu só quero encontrar uma metáfora capaz de dialogar com as questões atuais do mundo e porque não dizer do universo e, ao mesmo tempo me afirmar como parte integrante do círculo evolutivo da humanidade, com minhas garras de animal feroz-instintivo-irracional. Quero vomitar e comer ao mesmo tempo. Meu desejo de sangue e carne corrói o pequeno cérebro. Não, não sou nenhum bufante. Quero é bufar no seu pescoço antes da mordida fatal. Fim. Este é o fim.

Procuro uma metáfora que me possua. Quero sair daqui correndo para atropelar todos os meus pedaços. Atropelar descaradamente todos os pedaços de todas as pessoas que eu desejo. Cuidado meu amor, hahaha. Procuro antecipar meu pensamento sobre a metáfora. Construo um ideograma fálico coberto de cores. Para destruí-lo depois. Falos me irritam. Quero destruir todos com meu cortador de unha. Quero ser a rainha da destruição de falos. Eu posso. Eu sei que sou capaz. Ah eu sei tanta coisa tanta coisa meu amor vem cá. A necessidade me consome. Imageticamente decepo cabeças à minha frente com a língua afiada. Imageticamente à essas pessoas que desejam o imagético. Tenho pena. Por isso privilegio à essas cabeças o entrelaçamento ao meu corpo. Hum, hum, hum. Preparo delícias com o sanguezinho quente que delas jorrou. Tempero com especiarias trazidas diretamente do caminho das índias, tão internacional que sou. Esteja servido e logo continuamos o papo. Hum, hum.

Um comentário:

Guilherme disse...

Que fase mais fálica a sua, Dani!
Cuidado pra não falar demais (afe, q trocadilho horrível!)