03 setembro, 2013

Hoje pensei menos em ti. Menos. O fato de não te saber exata, de que o amor não é tudo e que os dias são imprecisos contribuem para pensar menos em ti. Menos. E isso é bom. Pensar menos. Essa noite eu posso pensar mais. Amanhã eu posso pensar mais. O interessante é observar as ondas desse pensamento que se bifurcam diante de ti. E pensar menos também é pensar mais. Mais. Menos. É saber que quando penso menos posso te deixar guardada em algum canto da cabeça, inata, incólume. E depois te resgatar num movimento brusco e cheio de cor e de som. É tudo estratégia desse coração bipolar, desse delicado senso de auto-imolação. Te saber assim, etérea, faz parte do meu jogo, dessa peripécia de esquecimento e imaginação. Eu não te quero sempre em presença. Menos. Quero avançar os dias ignorante de tua existência, até que não possa mais sobressaltar sem ela. Mais. Porque você retorna inteira, sem o meu controle. E me põe além do que eu vejo de ti. Mas hoje pensei menos. Mais.

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