13 julho, 2013

Para Vinícius

Soneto que separa o som
Maçã, coração, neon
Sopra ao fim tudo que é bom
E deixa sobras como que de batom

A roupa morta na cama
Escama de peixe esquecida
A ferida não vale uma grama
No amargo mercado da vida

De repente, não mais que de repente
O poeta não sabe o que sente
Sua dor traz ao presente
Toda sombra outrora ardente

E do fim da espuma de sua boca
Brota o som do silêncio, a voz rouca
O seu nome é um pranto seco
E o seu eco, coisa mouca

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